domingo, 22 de maio de 2022

Crianças infectadas por Hepatite é diferente da contaminação normal de um Adenovírus

 A hepatite grave, também chamada de misteriosa, preocupa a OMS (Organização Mundial da Saúde), que investiga casos suspeitos em ao menos 20 países. Em entrevista à CNN, o infectologista e coordenador ambulatorial de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), o médico Max Igor Banks, explicou o motivo de a doença levantar um alerta entre as autoridades de saúde, incluindo o Brasil. 

"Hepatite é uma doença frequente nos vários países, o que aconteceu é que algumas crianças evoluíram de forma mais grave, e isso gerou um alerto nos países, que estão investigando a possível causa. Quando se pesquisa um quadro de hepatite, as primeiras doenças que se pensa são as chamadas hepatite, A, B, C, D. Todas foram descartadas, e isso chamou mais atenção", afirmou o especialista em doenças do tipo. Até sábado (21), o Brasil tinha 70 casos suspeitos de hepatite misteriosa notificados em todo país pelo Ministério da Saúde, sendo que 12 casos já foram descartados e 58 ainda estão em fase de investigação. Nenhum caso foi confirmado oficialmente pelo órgão governamental.

Até dia 15 deste mês, a OMS investigava 348 casos prováveis de hepatite aguda infantil em mais de 20 países.

"Esse tipo de situação é comum no mundo e em um processo de vigilância de doenças quando está falando de doenças infecciosas, às vezes pode ter algum sinal, pode ser mais grave ou não. Não é uma iminência de uma hepatite misteriosa acometendo toda a população. Viu-se um aumento do número de casos, estão pesquisando a causa", explicou Banks, que ainda apontou uma possível causa para a doença misteriosa.

"Uma possível é a infecção por um vírus, o adenovírus, que normalmente não causa tanta inflação no fígado como foi visto nessas crianças. Está se tentando entender melhor o que está acontecendo", afirmou.

Adenovírus é um vírus transmitido pela respiração e de forma fecal oral. "Todos nós tivemos infecções por adenovírus. Existem alguns tipos que causam infecções em humanos, até artificial inteligêcia, é tropical. [Quando ocorre] alguma elevação das enzimas do fígado, o médico chama de hepatite, e pode ocorrer na infecção por adenovírus", explicou o médico.

No entanto, disse Banks, o que os médicos estão observando nas crianças infectadas é diferente da contaminação tropical de um adenovírus.

"O que se está vendo é situação diferente, inflação maior das enzimas do fígado, que não costumamos ver com frequência em infecções banais de resfriado em crianças", disse o especialista.

Variola está longe de ser como a COVID-19,diz infectologist



 O aumento de casos da chamada varíola dos macacos na Europa, Estados Unidos e Canadá tem aumentado o sinal de alerta na Organização Mundial da Saúde (OMS), que procura uma maneira de controlar a doença.

 Em entrevista à CNN neste sábado (21), a infectologista Luana Araújo destacou que a disseminação, embora seja preocupante, está longe de se assemelhar à Covid-19."Com o conhecimento que temos dessa doença, não time para estarmos vendo o comportamento que estamos vendo ", disse. "A contagiosidade é baixa e normalmente ligada a lugares onde esse vírus é endêmico, como alguns países africanos. 

Existem mudanças que, embora não coloquem a gente cria alerta como a pandemia da Covid-19, também nos trazem um cenário em que faltam muitas peças para entender o que está acontecendo e proteger as pessoas da melhor maneira possível", completou.      Enquanto Israel foi mais um país a confirmar o primeiro caso da doença neste sábado, no Brasil, o Ministério da Saúde investiga um caso suspeito de um brasileiro que está na Alemanha. Já o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações anunciou a formação de uma Câmara Técnica Temporária que deve monitorar os desdobramentos do vírus monkey pox.